A compreensão das desigualdades regionais no Brasil exige o uso de métricas mais abrangentes do que os tradicionais indicadores econômicos. O Índice de Progresso Social (IPS) é uma dessas ferramentas, pois avalia o nível de bem-estar humano a partir de indicadores sociais e ambientais. Com base nesse índice, é possível listar as piores cidades para se viver no Brasil, fornecendo subsídios para análises de políticas públicas e investimentos em desenvolvimento humano.
O que é o IPS?
O IPS (Social Progress Index) é um índice multidimensional que avalia o progresso social de uma população de forma independente do crescimento econômico. Ele é composto por três dimensões principais:
Necessidades Humanas Básicas (nutrição, cuidados médicos, água e saneamento, moradia e segurança).
Fundamentos do Bem-Estar (acesso ao conhecimento básico, informação, saúde e qualidade ambiental).
Oportunidades (direitos individuais, liberdade pessoal, tolerância e acesso à educação superior).
Essas dimensões geram uma pontuação composta que permite comparar municípios e regiões com base em sua capacidade de promover o bem-estar de seus habitantes.
Metodologia para identificação das piores cidades
A seleção das piores cidades para se viver no Brasil baseia-se nas edições mais recentes do IPS municipal, cruzando dados com indicadores como o IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), taxas de homicídio, acesso à saúde e educação, infraestrutura básica e inclusão social.
Lista das piores cidades para se viver no Brasil
Abaixo estão listadas algumas das cidades com os piores índices de progresso social do país, destacando os principais fatores críticos observados:
Cidade | UF | Principais Deficiências |
---|---|---|
Marajá do Sena | MA | IDH extremamente baixo, ausência de saneamento |
Fernando Falcão | MA | Baixa cobertura educacional, saúde precária |
Melgaço | PA | Altas taxas de violência, carência de infraestrutura |
Anajás | PA | Falta de serviços básicos, difícil acesso |
Apuarema | BA | Baixo desempenho educacional, ausência de saneamento |
São João do Arraial | PI | Altos índices de pobreza, saúde pública ineficiente |
Atalaia do Norte | AM | Isolamento geográfico, carência de políticas públicas |
Jordão | AC | Acesso limitado à educação e saúde, dificuldades logísticas |
Curralinho | PA | Infraestrutura básica deficiente, exclusão social |
Itapecuru Mirim | MA | Altos índices de analfabetismo, violência urbana |
Uiramutã | RR | Problemas fundiários, falta de acesso a políticas públicas |
Implicações e necessidade de ação pública
A identificação das piores cidades para se viver no Brasil não deve ser vista apenas como um diagnóstico negativo, mas como uma chamada à ação para governos e instituições. Essas localidades concentram altos níveis de vulnerabilidade social e requerem intervenções estruturantes nas áreas de:
Saneamento básico e habitação;
Fortalecimento do sistema de saúde pública;
Melhoria na cobertura e qualidade do ensino;
Segurança cidadã e prevenção à violência;
Mobilidade e conectividade com centros urbanos.
A priorização dessas áreas é essencial para garantir condições mínimas de dignidade e cidadania à população residente.
Conclusão
O IPS permite compreender, de forma estruturada, quais são os principais gargalos sociais enfrentados pelos municípios brasileiros. As piores cidades para se viver no Brasil representam uma parte significativa da população que permanece à margem do progresso e da qualidade de vida, reforçando a urgência por políticas públicas integradas e territorialmente sensíveis.
Fontes oficiais consultadas
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