O cachorro-quente brasileiro é um verdadeiro ícone da culinária de rua, adaptado com uma infinidade de ingredientes e variações regionais. Mas você já parou para se perguntar como é feita a salsicha, o principal ingrediente desse lanche tão querido? Muitas fake news circulam por aí, mas a verdade é bem diferente — e envolve um processo industrial detalhado.
A História da Salsicha e do Cachorro-Quente
Antes de cair no gosto dos brasileiros, a salsicha ganhou fama nos Estados Unidos no século 19, onde era vendida como uma opção rápida e barata para alimentar torcedores em jogos de beisebol. No Brasil, foi introduzida em 1926 por Francisco Serrador, empresário espanhol que a comercializou nos cinemas do Rio de Janeiro. O sucesso foi tanto que inspirou até uma marchinha de Carnaval.
Afinal, O Que Vai No Alimento?
Esqueça os mitos: a salsicha não leva papelão, mas sim carnes de boi, porco e frango, geralmente em cortes menos nobres, como bochechas e outros restos provenientes do processamento. Confira o processo em etapas:
Seleção das carnes: As aparas de carne são cortadas em pequenos pedaços e, em alguns casos, misturadas à CMS (Carne Mecanicamente Separada). A lei brasileira permite até 60% de CMS na composição da salsicha.
Mistura dos ingredientes: As carnes são trituradas em uma máquina chamada cutter e recebem aditivos como nitrito de sódio (conservante), antioxidantes, sal, amido e temperos. O resultado é uma massa com cerca de 55% carne e 45% outros ingredientes.
Formação das salsichas: Essa massa é inserida em invólucros no formato de tubo. Esses invólucros podem ser de plástico, celulose ou tripas naturais (utilizadas em salsichas artesanais mais caras).
Cozimento e defumação: As salsichas são penduradas em estufas e cozidas a 80 °C por cerca de 30 minutos. Nessa etapa, podem ser defumadas com essência de madeira para adicionar sabor.
Finalização e cor: Após uma ducha fria, as salsichas são tingidas com urucum, um corante natural, e a coloração é fixada com ácido fosfórico.
Embalagem: Por fim, elas são embaladas a vácuo, garantindo frescor até chegar ao consumidor.
Curiosidades Sobre o Consumo
Mesmo sendo pré-cozida, é fundamental ferver a salsicha em casa antes de consumi-la para eliminar possíveis microrganismos. Mas cuidado: deixe-a na água fervente por no máximo três minutos para preservar sua textura e sabor.
É Segura?
A produção de salsichas segue normas rígidas estabelecidas por órgãos como o Ministério da Agricultura e a Anvisa. Apesar do uso de aditivos como o nitrito de sódio, que pode ser prejudicial em excesso, os níveis permitidos são seguros para consumo. Como qualquer outro alimento processado, o consumo moderado é sempre a melhor escolha.
Agora que você conhece toda a história e o processo de produção, fica mais fácil apreciar o clássico cachorro-quente sem culpa — desde que acompanhado de moderação e, claro, de muito ketchup e batata palha!
Fonte: Galileu