Queda na vacinação infantil no Brasil desde 2015 preocupa especialistas

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Queda na vacinação infantil no Brasil preocupa especialistas

A queda na vacinação infantil tem se intensificado no Brasil desde 2015, segundo o Anuário VacinaBR, uma análise inédita organizada pelo Instituto Questão de Ciência (IQC). O relatório, que compila dados de 2000 a 2023, revela uma tendência alarmante: pais e mães estão deixando de levar seus filhos para completar o esquema vacinal, especialmente quando são necessárias duas doses ou reforços.

Taxas de vacinação caem mesmo após a pandemia

Apesar de leve recuperação após os anos críticos da pandemia de Covid-19, a maioria dos municípios brasileiros não alcançou as metas de vacinação infantil estabelecidas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) em 2023. O PNI, criado em 1973, foi responsável por marcos históricos como a erradicação da poliomielite e o controle da coqueluche e da caxumba.

Vacinação

Dados revelam abandono vacinal e falta de cobertura

O relatório revela que, em muitos estados, há um grande abandono vacinal entre a primeira e a segunda dose de vacinas essenciais, como a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola). Em São Paulo, a segunda dose chegou a apenas 70% da população-alvo; no Mato Grosso do Sul, a diferença é ainda maior — de 100% na primeira dose para apenas 37,8% na segunda.

Esse cenário se repete em outras vacinas, como a pneumocócica 10-valente, que protege contra formas graves de pneumonia. Em 2023, apenas Tocantins e Roraima atingiram a meta de 95% de cobertura na primeira dose. Veja relatório completo, aqui. 

Diferenças regionais agravam o cenário

Mesmo quando um estado apresenta boa média de vacinação, os dados municipais revelam discrepâncias graves. No Amazonas e no Rio Grande do Sul, por exemplo, a cobertura vacinal pode variar de 95% em um município para menos de 50% no vizinho. Essa desigualdade cria bolsões de baixa cobertura, que enfraquecem a proteção coletiva e facilitam o retorno de doenças erradicadas.

Risco real de retorno da poliomielite

O Brasil não registra casos de poliomielite desde 1989, mas corre sérios riscos. Desde 2016, o país não atinge a cobertura mínima de 95% exigida para manter a doença sob controle. Em 2023, menos de 20% da população vivia em cidades que cumpriram essa meta.

Outro exemplo é a vacina BCG, aplicada logo após o nascimento para prevenir a tuberculose. A partir de 2019, a cobertura também caiu: onze estados ficaram abaixo dos 80%.

Desinformação e falta de campanhas contribuem para a crise

Além das dificuldades de acesso, a queda na vacinação infantil também é impulsionada pela desinformação. Hoje, campanhas de imunização precisam vir acompanhadas de iniciativas fortes contra fake news e boatos antivacina.

A região Norte concentra os piores índices de cobertura, refletindo a urgência de políticas públicas mais eficazes. O Brasil já foi referência mundial em vacinação. Para voltar a esse patamar, é preciso agir com urgência.

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