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As Diferenças Entre DMT e Experiências de Quase Morte

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DMT e experiências de quase morte se conectam?

Já ouviu relatos de pessoas que, após quase morrer, dizem ter visto uma luz brilhante ou revisto momentos marcantes da vida? E quanto aos efeitos intensos da dimetiltriptamina (DMT), uma substância psicodélica potente, conhecida por provocar visões transcendentes? Um novo estudo da Universidade de Greenwich comparou essas duas vivências e revelou semelhanças surpreendentes e diferenças fundamentais entre elas.

Estudo inovador analisa experiências reais com DMT

Diferente de pesquisas anteriores, esta investigação analisou relatos reais de usuários de DMT em ambientes familiares, como suas próprias casas. Os participantes receberam doses elevadas da substância, geralmente inalada com cachimbos de vidro. Com uma técnica de entrevista baseada na microfenomenologia, os pesquisadores conseguiram acessar memórias profundas e detalhadas dessas vivências psicodélicas.

Essa abordagem permitiu mapear minuciosamente dimensões sensoriais, emocionais e temporais de cada viagem, capturando dados ricos e espontâneos.

DMT

Comparação com experiências de quase morte reais

Os dados obtidos foram confrontados com descrições de 34 experiências de quase morte (EQMs) documentadas anteriormente, todas relacionadas a paradas cardíacas. O objetivo era verificar se existiam padrões comuns e onde exatamente as experiências divergiam.

Os resultados revelaram que ambas as experiências envolvem sensações como:

  • Separação do corpo físico

  • Viagens por túneis ou espaços cósmicos

  • Encontros com seres ou entidades

  • Presença de luz intensa e acolhedora

Esses elementos podem refletir alterações semelhantes em regiões cerebrais ligadas à percepção do corpo, espaço e consciência.

DMT e EQMs: semelhanças na forma, diferenças no conteúdo

Apesar das conexões neurológicas, o estudo detectou grandes diferenças no conteúdo simbólico das experiências.

Enquanto as EQMs frequentemente trazem:

  • Encontros com entes queridos falecidos

  • Sensações de paz e retorno à vida

  • Revisões completas da trajetória pessoal

As viagens com DMT tendem a apresentar:

  • Seres alienígenas, robôs ou entidades estranhas

  • Dissolução total do ego e da consciência corporal

  • Padrões geométricos complexos e coloridos

Essas diferenças sugerem que nossas crenças, memórias e cultura influenciam diretamente a forma como interpretamos essas vivências extremas.

O papel do DMT no cérebro humano

Alguns cientistas acreditam que o DMT pode ser liberado naturalmente pelo cérebro em situações extremas, como na hora da morte. Estudos com ratos detectaram essa substância em seus cérebros no momento da morte. No entanto, a presença de DMT em humanos em condições semelhantes ainda é incerta.

Mesmo que o corpo produza DMT, a serotonina — que também tem efeitos alucinógenos e se liga mais facilmente aos mesmos receptores — pode suprimir sua ação. Além disso, o metabolismo humano pode decompor o DMT rapidamente, antes que ele produza efeitos significativos.

Quando os mundos colidem: experiências híbridas

Curiosamente, alguns relatos de EQMs fugiram do padrão clássico. Em vez da luz no fim do túnel ou encontros familiares, essas experiências envolveram visões cósmicas e entidades surreais, muito parecidas com os relatos induzidos pelo DMT.

Esses casos atípicos levantam hipóteses interessantes: será que certas pessoas produzem mais DMT? Ou será que suas crenças pessoais influenciam profundamente o conteúdo da experiência?

O potencial terapêutico do DMT

Muitas culturas indígenas, especialmente na Amazônia, utilizam a ayahuasca — bebida rica em DMT — para conectar-se ao mundo espiritual e aos ancestrais. A ciência moderna está agora explorando o uso dessa substância em contextos clínicos.

Por reproduzir vários aspectos das experiências de quase morte, o DMT pode se tornar um aliado terapêutico importante, especialmente para pacientes que enfrentam:

  • Medo da morte

  • Transtornos de luto prolongado

  • Crises existenciais

Pesquisas estão em andamento para entender como o DMT pode reduzir a ansiedade diante da finitude e ajudar pessoas com doenças terminais ou em estados depressivos profundos.

Conclusão: muito além das visões

As diferenças entre DMT e experiências de quase morte não estão apenas nos efeitos visuais ou emocionais. Elas revelam algo mais profundo: como nossa mente interpreta o extraordinário a partir de um misto de biologia, memória e cultura.

Ainda estamos longe de compreender tudo o que essas experiências significam. Mas com estudos como esse, estamos cada vez mais perto de entender o que acontece com a consciência em seus momentos mais extremos — e como isso pode ser usado para curar, transformar e expandir nosso entendimento da vida… e da morte.

Fonte: Super 

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